Ela chegou cansada e mesmo assim pensou em preparar um jantar. Não um jantar qualquer, mas um jantarzinho gostoso, como não fazia há tempos. Olhou a geladeira e a despensa, viu o que tinha e resolveu agitar os preparativos.
Nunca cozinhou tão rápido e feliz. Não suportava aquela cômodo tão trabalhoso e tão desgastante, achava uma perda de tempo cozinhar e lavar; mas aquele dia tinha tudo pra ser diferente...
No entanto a alegria acabou, a tristeza se plantou e como era de se esperar: ela chorou.
Ficou imaginando se teria que passar por tudo novamente e, caso tivesse, seria que agiria diferente? Será que saberia fazer outra escolha que não a mesma que fizera? Pensou na mãe e nas irmãs e quanto mais pensava mais triste ficava. Como partilhar esse sentimento sem causar dor e sofrimento? Ela não sabia o que fazer.
Pôs a mesa e jantou sozinha. Serviu-se e a cada garfo que pegava era como se lhe doessem todos os músculos, alimentou-se por instinto, segurou o choro para não salgar-lhe a comida - já bastava a vida.
Ao tentar dormir foi invadida por pensamentos que tiravam o ar de seus pulmões. Se levantou e, sem querer, observou suas mãos: já tão envelhecidas, pensou.
Precisava dar um rumo ao que pensara estar caminhando mas que descobrira estagnado....E agora? E agora, José?
Muito bom!
ResponderExcluirBjos
Texto muito bom!!!
ResponderExcluirBjos!!!