quarta-feira, 7 de abril de 2010

Minha mãe vive reclamando dos meus palavrões "soltos", diz que como professora não posso ficar falando "esse tipo de coisa"... Não posso na escola, mas despojada da máscara social da profissão e nua como uma cidadã comum, posso sim gritar meus "caralhos", "merdas" e "cacetes". Como não enfatizar o desastre que minha cidade está vivendo por conta da chuva, sem ao menos gritar um "puta que pariu" ao ver mais um deslizamento, mais uma morte sendo divulgada?! Ainda bem que Estelinha - minha mãe - não lê meu blog, se lesse seria o fim, talvez até ligaria para o meu marido para pedir: - Meu filho, dê um jeito nessa menina! Ai, ai...como se ele conseguisse, se nem ela até hoje conseguiu...rs Mas já que minhas explicações não a convencem, creio que o melhor seja imprimir as falas da grande Clarice Lispector e, a cada palavrão solto, entregar um "bilhetinho" para a Estelinha:
"Qual é então o problema que o uso do palavrão adequado a um texto poderia suscitar? E, sem falar que, agrade ou não, o palavrão faz parte da língua portuguesa". (Clarice Lispector) (rsrsrs)

7 comentários:

  1. Sinto muito por o que aconteceu no Rio, as mortes provocadas pelas chuvas e deslizamentos... soube pela televisão que morreram muitas pessoas, espero que você não tenha perdido ninguém...
    Um abraço

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  2. ...é complicado se ater a linguagem oficial, para expressar sentimentos. Expressões idiomáticas e arrepios não tem tradução. Mas minha mãe tbm é assim, rssss. Fazer o que, senão interpretar o papel de filhos.
    Pena que nossas mães, e outras pessoas próximas, não tenham o hábito de ler, dialogar, com os blogs, com nosso EU. Um beijo saudoso.

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  3. Felipa, graças ao bom Deus não perdi ninguém, mas conheço pessoas que perderam familiares, amigos próximos e vizinhos. Aqui em Niterói todos estão muito tristes.

    Rainho, minha mãe é um doce, mas palavrão pra ela é "o fim", como diria minha sobrinha!!! Mas não tem jeito, temos que ser filhos mesmos!rsrsrs
    bjo

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  4. salvo raaaaras excecoes.. aquelas nas quais somos tomados por um tormento gigante.. nao gosto muito de palavroes =/

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  5. Mário, o palavrão não é questão de gosto, mas de necessidade...rs
    É a tal questão do tormento mesmo.
    :)

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  6. Olha o palavrão!!!!!!!!!!!rsrsrsrsrs

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Comentários: