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O amor é, portanto, na sua origem, liberação e aventura. Por definição, anti-burguês. O próprio da vida burguesa não é o amor, é o casamento, que é o amor institucionalizado, disciplinado, integrado na sociedade. O casamento é um contrato: duas pessoas se conhecem, se gostam, se sentem atraídas uma pela outra e decidem viver juntas. Isso poderia ser uma coisa simples, mas não é, pois há que se inserir na ordem social, definir direitos e deveres perante os homens e até perante Deus. Carimbado e abençoado, o novo casal inicia sua vida entre beijos e sorrisos. E risos e risinhos dos maledicentes. Por maior que tenha sido a paixão inicial, o impulso que os levou à pretoria ou ao altar (ou a ambos), a simples assinatura do contrato já muda tudo. Com o casamento o amor sai do marginalismo, da atmosfera romântica que o envolvia, para entrar nos trilhos da institucionalidade. Torna-se grave. Agora é construir um lar, gerar filhos, criá-los, educá-los até que, adultos, abandonem a casa para fazer sua própria vida. Ou seja: se corre tudo bem, corre tudo mal. Mas, não radicalizemos: há exceções — e dessas exceções vive a nossa irrenunciável esperança.
(Ferreira Gular)
Cara Amanda.
ResponderExcluirDesassossego... lembrei que o prof de Literatura Portuguesa nos obrigado a ler um livro com esse título. Pois bem, resistimos e sou-lhe imensamente grato pois pude enfim conhecer (quanta pretensao) Fernando Pessoa.
Gostei do blog, parabéns, serei mais um seguidor e o adicionarei ao meu próprio ( minhascolinas.blogspot.com )como blogs que acompanho.
Por hoje.
Olá, Antonio!
ResponderExcluirQue bom ter gostado do blog,somar mais um "Desassossegado" me deixa bastante feliz!
Volte sempre!
Abraços,
Amanda.
Eu acredito na exceção. E não é só esperança, é certeza!
ResponderExcluirBeijo!