DESASSOSSEGO

Olá! Gente, é muito triste pensar que dediquei tanto tempo pra continuar "parada": é assim que me sinto. Depois de fazer o curso Normal, Letras e pós na área, não conseguir um emprego digno parece pesadelo.

Fiz minha graduação em faculdade pública, mas estava desempregada daí era um tal de marido, pai, mãe e sogra ajudando com passagem, livros e outros, que hoje em dia penso se valeu o esforço deles (e o meu).

Para garantir a pós* fui recepcionista num hospital por um salário mais alto do que um professor ganha, resultado: adoeci. Pedi demissão e 1 mês depois arrumei uma vaga para lecionar no jardim de infância, fiquei 10 meses - sem vínculo algum. E digo que não façam o mesmo pois perdi 7 anos assim (é o tempo que trabalhei em escolas), eles dizem que assinam carteira e tal, mas o tempo passa, vc se apega e NADA. Só cobranças.

No meu caso as cobranças começaram a vir de dentro, sabe? Desisti. Em julho fechei meu coração para o magistério, mais do que viver de sonho preciso pagar minhas contas e ter, no mínimo, um pouco de conforto, como por exemplo pegar um cinema com o marido, ter um plano de saúde (pq se a Educação está falindo, a Saúde pública já fechou as portas faz tempo) e dormir sem me preocupar se amanhã minha voz terá voltado ou não.

Amo minha profissão e é certo que se tiver que escolher entre lecionar ou desenvolver uma outra atividade por um mesmo salário (digno), ficarei com ela, mas até que isso aconteça estarei em busca de algo que me dê ao menos um pouco de "ar financeiro".

Só mais uma coisa: não desiti de publicar meu livro, ao contrário, essa fase tem me rendido muitos pensamentos...

Desculpem o desabafo, ao menos aqui consigo poupar os ouvidos da Sus...pensa!

Beijo.

* Minha especialização em Gêneros Textuais foi finaciada 95% pela minha sogra, um anjo que Deus colocou no meu caminho para somar aos tantos anjos que ele me deu ao longo desses 26 anos.