quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Poema da gare de Astapovo, de Mário Quintana

O velho Leon Tolstoi fugiu de casa aos oitenta anos
E foi morrer na gare de Astapovo! Com certeza sentou-se a um velho banco, Um desses velhos bancos lustrosos pelo uso Que existem em todas as estaçõezinhas pobres do mundo, Contra uma parede nua... Sentou-se... e sorriu amargamente Pensando que Em toda a sua vida Apenas restava de seu a Glória, Esse irrisório chocalho cheio de guizos e fitinhas Coloridas Nas mãos esclerosadas de um caduco! E então a Morte, Ao vê-lo sozinho àquela hora Na estação deserta, Julgou que ele estivesse ali à sua espera, Quando apenas sentara para descansar um pouco! A Morte chegou na sua antiga locomotiva (Ela sempre chega pontualmente na hora incerta...) Mas talvez não pensou em nada disso, o grande Velho, E quem sabe se até não morreu feliz: ele fugiu... Ele fugiu de casa... Ele fugiu de casa aos oitenta anos de idade... Não são todos os que realizam os velhos sonhos da infância!
- Gente, tinha que postar esse texto, é lindo! Ao menos pra mim foi de grande valia, fiquei encantada...deve ser porque ainda me resta uma esperança de realizar alguns dos meus sonhos de criança!!! Bjus e bom carnaval, excelente descanso e CAMISINHA, sempre!rsrsrs

2 comentários:

  1. Realmente Amanda, bela postagem. Não importa a idade, ou o tempo que se pode levar, mas sempre devemos manter a esperança de que alguns sonhos da nossa infância possam se realizar.

    Bjs e bom carnaval pra ti tb!

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  2. Lindo texto amiga!

    Os meus sonhos de infância estão guardados, à espera da "pontualidade na hora incerta" não da morte, mas da vida!

    Beijos, metade!!

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Comentários: