sábado, 14 de fevereiro de 2009

Hoje amanheceu sobre a cidade uma chuva fina,

tão fina que parecia sereno...

Chovia em mim também, porém,

era uma chuva mais densa,

chovia um rio em mim.

Sim.

Um rio de sentimentos mal-formulados,

mal-acabados até,

por que não?

Que mal há em ser feliz,

mas estar triste?

A tristeza não pressupõe a infelicidade,

mas sim a não-alegria, é isto:

não estou alegre.

Qual o sentido da alegria

quando tudo parece nebuloso, frio,

gélido?

Mentir sorrindo?

Prefiro o não-sorriso verdadeiro:

o mal-estar de um beijo não querido

deixo para quem é capaz de simplesmente mentir

um dos mais belos quadros pintados por Deus

ou quem poderá não afirmar “pelos deuses”?

Um sorriso mal dado é como um rio

que encontra no seu percurso obstáculos

impostos pelos Homens:

difícil de ser aceito e afoito por novos rumos.

Quem sou eu que hoje amanheceu com alma de chuva?

“Alguém que se encontrou num momento de tempestade, alguém que enxergou nesta tempestade o doce da vida: o amor incondicional.”

(Amanda Azevedo – 28/08/2007)

6 comentários:

  1. Amanda... como eu definiria essa poesia? Hum belissima... hum, ainda é pouco. Mas caso encontre uma palavra que melhor defina esses versos eu postarei. São fantásticos!

    bjs!!!

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  2. É isso aí, minha pequenina!

    Mostrando a cara, hein!

    Sua dança da chuva é sol pra mim!

    Show esse!

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  3. Amei!

    Vivo, visceral como você!

    E sempre arrancando do Marido as melhores declaraçõe de amor que eu já li na vida!!

    Te amo, metade!

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  4. "Mentir sorrindo?

    Prefiro o não-sorriso verdadeiro."

    Como diria minha amiga:
    Si, perfecto.

    É melhor mesmo a pior realidade do que a melhor mentira.

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Comentários: