Com licença poética
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
- dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade da alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
(Adélia Prado)
♠ Amo esse poema como se ele fosse parte de mim...
Aiiiiii amiga!
ResponderExcluirQue homenagem linda!!!
O texto é, sem sombra de dúvida, uma maravilha!
E, ó, eu amo você como se fosse (já sendo mesmo) parte de mim!
Beijos e muito obrigada por ser você, e ser minha amiga!
Viu como a minha versão é mais hardcore?
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