LXII
Quando os olhos emprego no passado,
De quanto passei me acho arrependido;
Vejo que tudo foi tempo perdido,
Que todo emprego foi mal- empregado.
Sempre no mais danoso, mais cuidado;
Tudo o que mais cumpria, mal-cumprido;
De desenganos menos advertido
Fui, quando de esperanças mais frustrado.
Os castelos que erguia no pensamento,
No ponto que mais altos os erguia,
Por esse chão os via em um momento.
Que erradas contas faz a fantasia!
Pois tudo pára em morte, tudo em vento;
Triste o que espera! Triste o que confia!
(Camões)
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ResponderExcluirPara Camões, um 'é muito foda!' consagra boa justiça.