terça-feira, 24 de julho de 2007

Soneto Vieste tarde, meu amor. Começa em mim caindo a neve devagar... Morre o sol; o outono vem depressa, e o inverno, há de chegar. E se hoje andamos juntos, na promessa de caminharmos toda a vida a par, daqui a pouco o teu amor tem pressa e o meu, daqui a pouco, há de cansar. Dentro em breve, por trás das velhas portas, dando um ao outro só palavras mortas que rolam mudas sobre nossas vidas, ouviremos, nas noites desoladas, tu, a canção das vozes desejadas, eu, o chorar das vozes esquecidas. (Nunes Claro /1878-1949)

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